terça-feira, 18 de novembro de 2014

Rio abaixo, rio acima (2):
Rio acima

(parte 1)

O leito do rio ora se espreguiça em vales abertos, ora se estrangula entre os braços apertados de rochas abruptas, numa sucessão imprevisível que não dá descanso aos olhos. Trocamos impressões deslumbradas, recriminamo-nos por não termos feito esta viagem há mais tempo. Lembro-te que acontece conhecermos melhor o Colorado ou os Alpes do que as nossas serras e rios. Corremos mais depressa atrás do distante do que do perto.

O comboio parou num apeadeiro, dizes:

— Nem sempre, agora não correria atrás de nada, a não ser para os teus braços.

Entra um casal de idosos, acabou-se a brincadeira.

Mas começa outra. Acorrentados pelo decoro devido à provecta idade destes passageiros, adaptamo-nos.

Protegemo-nos dentro de longos silêncios, enquanto eu te massajo a majestosa piça com os meus pés pequenos. A sensação dela dura, quente e palpitante como alguma coisa com vida própria lança sucessivas vagas contra o interior da minha gruta, que sobem pelas colinas mamárias, resvalam pela praia da minha pele, escoando-se na boca aberta em grito mudo, nas pálpebras cerradas pelas mãos da Dona Tusa. Com uma mão, apertas-me o pé contra a tua verga granítica, com a outra, acaricias-me a perna alçada. De vez em quando, abro-as para que me entrevejas a boca que de novo te quer comer. Olhas e fechas os olhos, levanto-me e, ao abrigo dos olhares dos vizinhos septuagenários, meto os dedos na tua boca. Olhando para a paisagem, sussurro-te ao ouvido:

— Diz-me o que querias fazer agora!

— Penetrar-te até ao fuuuuundo...

— Vem!

Dou-te a mão e encaminho-te para o hall da carruagem, procurando um ângulo cego para os outros ocupantes. Reparo num varão a que me seguro, dando-te as costas. Tenho uma das melhores sensações, uma daquelas que me faz sentir fêmea faminta, que é a de sentir um grosso e duro pau a aquecer-me o cu. Com discretos movimentos, ajeito-o no meio das minhas nádegas, empinando-as, roçando-me, roçando-me. A custo, abafamos a respiração caótica. Digo-te, já muito quieta:

— Se entrares dentro de mim agora, venho-me.

Levantas-me o vestido, abres as tuas calças, seguro-te no caralho em riste e oriento-o para a minha/sua caverna, para onde deslizas. Como pressentira, o orgasmo acontece imediato, percorre-me o corpo, deixa-me os braços trementes e lassos. Quente e ruborizada até ao sétimo céu do cérebro, aquieto-me para prolongar o gozo, como quem sorve um vinho raro. Apetecia-me ficar assim muito tempo. Não, não! Apetecia-me era foder, continuar fodendo, naquela posição, noutra igualmente boa, ou melhor ainda, ali, no carro, na cama, no sofá, na cadeira, na mesa, no tapete, no chão de erva macia...

Ah, tive uma ideia.

— Descemos na próxima paragem?


(continua)

4 comentários :

  1. Um comboio mágico,sempre com uma luz ao fundo do túnel :)

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  2. rio abaixo, rio acima, um vaivém de comboios e carruagens, num entra e sai de locomotivas, que tb estou a adorar seguir.....

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  3. A CP devia usar os teus textos para marketing. Arranjavam mais clientes :)

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