quarta-feira, 21 de agosto de 2013

No parque

Estávamos no Palace Hotel, num baile dos anos 50.

Eu estava numa mesa com muita gente, um pouco enfadada de tudo. Sentia-me admirada pelas mulheres e cobiçada pelos homens. Faziam-me mil e um favores por tudo e por nada. À minha volta, nada me prendia a atenção. Perdia o olhar pela balaustrada da mezzanine da sala e varria o olhar desprendido pela orquestra, não vendo ninguém em particular, apenas um conjunto informe de corpos, instrumentos e rostos. Até que os meus olhos se encontraram com os teus. Eras clarinetista, de cada vez que paravas de tocar, cravavas o teu olhar na figura que te chamara à atenção e que era eu. Comecei a corresponder às investidas dos teus olhos, promessa de salvação para uma noite monótona. E dos teus sorrisos. Sorrias e tocavas com ardor, nitidamente como quem dedica o seu talento instrumental a alguém. Chamaram-me para dançar, fui. Rodopiava de modo a reencontrar sempre os teus olhos. Sacudia a cabeça para trás, com a volúpia de quem oferece os lábios. O meu par dobrava o seu pescoço sobre o meu e tu vias-nos quase entrelaçados. Chegou o intervalo, eu soltei-me dos seus braços e das suas tentativas envolventes, com a desculpa de que precisava de ir à casa de banho. Ao sair, no pequeno hall, estavas à minha espera. Não sabias bem como me dirigir a palavra, eu adiantei-me, quase em surdina e de raspão atirei-te estas palavras: «No parque, depois de uma casa do lado esquerdo, sobe para uma ruína». Ficaste surpreendido e na tua cabeça só bailava a ideia: «Esta é das rápidas, ok, vamos ver se não é uma partidinha de mau gosto». Voltei à sala, certifiquei-me de que todos estavam entretidos, e anunciei que ia apanhar um pouco de ar fresco à volta do hotel. Ofereceram-se para me acompanhar, eu reafirmei a vontade de estar sozinha. Ao sentir-me fora do horizonte visual da entrada, comecei a correr em direcção ao local marcado e pensava «E se ele não está lá? Bom, logo se vê». Tu esperavas-me atrás de uma coluna, espreitando o caminho por onde eu devia chegar. Estavas algo nervoso, mas não conseguias evitar o endurecimento da piça. Pensavas no que eu quereria, parecia-te que eu queria uma bela foda de um músico, mas, e se não fosse isso? Começaste a ouvir passos, ocorreu-te que podiam ser de outra pessoa e eu, meio perdida no escuro, comecei a sentir-me oprimida pelo facto de nem saber como te chamar. Fizeste um ruído, talvez para que eu me orientasse. Foi o suficiente, corri, e quando dei conta, já estava nos teus braços. Tocávamo-nos com a urgência de quem tem muito pouco tempo para roubar uma jóia. Agarrávamo-nos como quem luta, beijávamo-nos com quem morde. Atiravas-te às minhas mamas com uma fúria de condenado, apanhavas-me as nádegas com determinação esmagadora. A minha cona escorria e só queria que me enfiasses o magnífico pau que te estoirava de duro. Levantaste-me pelos braços, sentaste-me sobre ti e empalaste-me. Ó maravilha das sensações! Ó céus! Vim-me de imediato. Gritei, insisti para que me fodesses mais, para que me fodesses até ao fim das forças da tua piça. Retirei-me e chupei-te até te sentir quase a explodir. Interrompi: «Não vim aqui para uma rapidinha; vim aqui para que me saciasses esta cona ávida de piça; fode-me mais, fode-me!». Voltei-me de costas oferecendo-te as nádegas e pedi-te que mas mordesses delicadamente. Acedeste e tiveste de parar, que a tua piça rebentava. Então, encaminhei-te para a cona, esfreguei-te a glande nela. Sentiste-a molhada. Disseste: «Hum, pensava que querias que te comesse o cu». Eu respondi-te: «Calma!». Cavalgaste-me com sabedoria e no limite das tuas forças. Eu incitava-te dizendo-te: «Monta-me, torna esta cavalgada nocturna numa lembrança que dure». O teu pau estourava e abrandavas o ritmo. De repente, a orquestra troou pelos ares e tu disseste: «Tenho de ir, já começaram sem mim» Eu contrariei-te: «Agora, não vais sem me dares a tua esporra que deve ser tão saborosa quanto o teu caralho. Abre a boca». Enfiei-te os meus dedos cheios do lubrificante da minha cona e disse-te: «Esfrega bem a piça na minha cona e fode-me o cu até te vires». Obedeceste e eu adorei sentir as golfadas do teu leite a espraiarem-se nas minhas entranhas. Retiraste-te e correste para a tua função. Eu fiquei a degustar as sensações que me ofereceste e a entregar-me à deliciosa sensação de me sentir toda fodida. Levantei-me, compus-me, dirigi-me de novo à casa de banho para retocar o penteado e a maquilhagem.

Ao longe, vi olhares inquietos que me procuravam. Apareci sorridente, olhei para o clarinetista. Vi-te sorrir. A orquestra tocava:

«Bésame, bésame mucho,
Como si fuera esta noche
La última vez.
Bésame, bésame mucho...»

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