sábado, 24 de agosto de 2013

Lugares conocidos e seus profundos sentidos conotativos (1)
— Contributos semênticos para um dickcionário messalínico —

Há expressões comuns — lugares conocidos — que remetem para sentidos conotativos próprios do léxico messalínico. Dada a apreciar a anatomia das palavras por dentro e por fora, esta voyeuse da língua observa como se vestem para as pôr ao léu e/ou cobri-las com rendas e véus propícios aos jogos de leito. Imbuída do mui nobre espírito de serviço púb(l)ico devido à nação fornicosa, esta secção (devia escrever-se «sexão»...) parte desse exercício para desvelar os tais profundos sentidos, muito caros a Méssaline.

(O parentesco com os dicionários determina que as entradas sigam a ordem alfabética.)

Apanhada em f(e)lagrante deleito, ou Apanhada com a boca na botija
Méssaline não gosta de ser apanhada a fazer estas coisas, que as requer privadíssimas. Apanhada assim, só se for pela sua própria imagem no espelho. Isso sim!

Abanar o cacete
Quando duro, da esquerda para a direita, com cuidado, que alguns parecem ter rigidez quebradiça, com a mão na base e perspectiva plongée ou com a boca semi-aberta, com as mãos na pontinha, a tamborilar nos lábios, por dentro.

A dar com um pau
Num sentido, lato, é um bom princípio, desde que o dito seja rijo, sábio, saboroso, dado à variação entre os apetites gourmet e os petiscos caseiros, esteja disposto a satisfazer caprichos, seja adaptável e atento às condições intra e extra-cunnus. Num sentido mais estr(e)ito, é o que Méssaline pede ao seu parceiro de cavalgada: que lhe dê com o pau férreo nas bordas da cona, para o que é desejável talento de percussionista.

Bater no fundo
É o «j’accuse» de Méssaline a todos os apressados no vaivém. O que falta às piças para se espetarem até ao fundo? Coragem? Convicção? Força? Tamanho? Ó fodilhões de entra-e-sai, batei no fundo, esperai uns segundos, explorai, batei leve, batei forte, mas saboreai e deixai saborear.

Chupar no dedo
Pode ser um bom prelúdio. No meio daquelas grandes lambuzices antes da inauguração do fornício com um novo parceiro, uma chupadela de dedo, bem ensalivada, com os lábios em volta do dito, fechadinhos e demorados, a irem até à base digital e depois a pousarem em botão sobre este, olhos nos olhos que apenas se fecham como representação (i)cónica e estimulação do desejo a crescer.
Mas pode ser também no meio do mais louco coito. Méssaline mete os dedos na cona escorrente, mete as pontas nos seus lábios (nos de cima) e puxa a boca do parceiro contra a sua com os dedos confusamente metidos em ambas as bocas, embebendo-se do que nesse contexto, com o sabor, o cheiro, a banda sonora de gemidos e suspiros, sabe a mel.
Mas ainda tem outra ocorrência. E é caso para aqui trazer o last but not least. Méssaline gosta que lhe dêem a esporra nas mamas, no ventre, no monte-de-vénus, porque gosta do espectáculo de fogo-de-artifício. Depois, gosta de molhar bem dois dedos nesse gloss para os lábios e sugá-los para lhes sentir o leve sabor acre e a consistência entre o béchamel e o coulis.

Dar à língua
Na glande, nas bolas, na língua, na boca, nos pulsos, no pescoço, atrás da orelha, na glande outra vez, em rodopios, em cânula, em cama, nas bolas, em valsa delicada. Ah, e dar a língua, estendida em colher para sorver jorros de esporra, humm... delícia.


Outras entradas no grelo — perdão! — no prelo, como amuse gueule: encher o papo, encostar à parede, engolir em seco, estar aí para as curvas...

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