Sozinha, pela Estrada Nacional 2, conduzo maquinalmente. Maquinalmente, porque tenho a cabeça cheia de sexo. Obsessiva, persistentemente. O lugar do sexo começa a ser preenchido com a imagem de um homem. Um qualquer, desde que tenha uma piça pronta para me foder. A imagem desce-me até ao meio das pernas e estaca lá. Espeta-se-me pela cona acima até ao útero, espalha-me ondas de prazer quase doloroso, faz-me subir uma baforada de calor por entre as mamas. Esta imagem de um macho começa a turvar-me a vista e preciso de parar. Escolho uma ligeira enseada à beira da estrada. Saio do carro para andar um pouco na esperança de expulsar o que levo no meio das pernas. O ar está tépido, é o fim da tarde. O sol já não atrapalha, só aquece a pele, lambendo-a com a sua língua de fogo brando. Há um talude vermelho e por cima dele implanta-se uma majestosa figueira cujos frutos e folhas perfumam o ar de um aroma espesso, doce sem ser enjoativo. Fecho os olhos e aspiro profundamente. A imagem do homem continua o seu trabalho abaixo do meu ventre, em que toco. Tem a consistência, a temperatura e a humidade do desejo. Subo o talude, não resisto a figos tão perfumados. Palpo-os. Estão maduros, entre o mole e o túmido. Arranco um e meto-o na boca. A imagem do homem mexe-se acima das minhas coxas. Saboreio o sabor delicado, inalo o intenso e quente perfume. Arranco outro e abro-lhe a boca vermelha, carnosa, escorregadia e pegajosa de tanto mel. Mordo-a com gula quase violenta, mas eis que os meus lábios suspendem este exercício. Foi um ruído de passos. Sem dúvida. O coração salta-me à boca. O que trazia dentro de mim desapareceu. As veias latejam-me como chicotes. Mais um sinal da presença de alguém. Já não tenho hipóteses de me esconder, só me resta fugir. Dou o primeiro salto e tu apareces-me. Paro. Deténs-te, inspeccionando-me de alto a baixo.
— Com que então a roubar figos?
Que vergonha me subiu à cara, me coseu a garganta e o corpo todo!
— Uma ladra de figos! hum… Que bela ladra!
E aproximavas-te. A piça a fazer-se tora. Eu não me mexi e permaneci muda.
Tiraste um figo, levaste-o à tua boca e fizeste-o rebolar nos lábios. Não o comeste. Disseste-me:
— Queres mais figos, não queres?
Roçaste-o pelo meu pescoço, deslizaste-o até ao rego das mamas e demoraste-o aí. Eu, quieta, a arfar. Meteste-me o figo na minha boca e levaste-o rapidamente à tua. Mordeste-o e engoliste-o. Crescia-te o enchumaço nas calças. Decidi investigá-lo. Que de aço! Voltou-me a sensação de peso no meio das pernas que pensara aliviar ali.
— Hum, queres esse pau de figueira, queres, minha ladra de figos? Espera. Vamos brincar mais com os teus frutos queridos.
Colheste outro figo, meteste-mo na boca e ordenaste-me:
— Come, come-o todo.
Tiraste outro e quando eu pensava que mo ias dar a comer, rolaste-o sobre a minha pele até aos mamilos. Circundaste-os com o figo. E mordiscaste os mamilos e o figo alternadamente, perscrutando-me as reacções. Eu suspirava não de temor, mas já inteiramente de prazer. Já não queria parar aquele jogo. A opressão entre as pernas era já insuportável, empurrava-me o corpo para o teu. Arrancaste uma folha e deste-ma a cheirar e perguntaste-me se queria continuar. Eu respondi que sim, que sim, tu desabotoaste-me o vestido e afastaste-o para os lados do meu corpo. Com outro figo, acariciaste-me das mamas ao ventre, devagar, devagar, sempre perguntando se estava a apreciar. Desceste o figo até à minha cona, detiveste-te à entrada. Molhaste-o na cona encharcada, lambeste-o, deste-mo a lamber, sem me desvendar os olhos. Desfazias-te em interjeições, monossílabos, palavras soltas, frases curtas — fragmentos da tusa de que estavas visivelmente possuído, até que me perguntaste:
— Posso lamber o teu figo, comê-lo?
Abri bem as pernas e ordenei-te que me devorasses o figo que me inchava na cona. Disseste-me:
— Quero que me vejas a comer-te o figo maduro que tens aqui.
Já me tinhas enfiado os dedos, retiraste-os e baixaste-te. Lambeste-ma, com sabedoria, mordendo-a, titilando o clítoris, rodando a língua, introduzindo-a na minha gruta. Meteste nela um outro figo, esborrachaste-o, mesclaste-o com os lábios da cona, disseste-me que era saborosa, que a querias comer, que a ias foder até ela ficar rubra como a carne do figo esmagado, que te ia saber bem. Louca de prazer, implorei-te que me fodesses toda, agarrei-te o malho, encaminhei-ta para a cona, com ânsia. Quando entraste, vim-me imediatamente, o que te surpreendeu e disseste que querias ver-me a vir-me outra vez. Eu informei-te de que bastaria que me fodesses mais, com veemência, que me continuasses a excitar com aquelas palavras de tusa e me carregasses sobre o útero quando eu te pedisse. Fizemo-lo muitas vezes, até que o teu vaivém já não era tão sincopado, tinhas que parar para deter o leite que te subia até à ponta do teu pau incandescente. Eu senti a iminência da deflagração e perguntei-te se querias oferecer-me um colar de esporra. Tu ficaste tão excitado, que só tiveste tempo de tirar a piça e de ma apontares às mamas que me banhaste generosamente. Eu pedi-te para lamber as últimas gotas que provei com volúpia e gulodice e pedi-te para me ungires o colo com o teu saboroso leite. Obedeceste, maravilhado. Eu compus-me para me ir embora. Tornaste-me leve, sentia-me levantar voo em cada pequeno passo. Tu seguias os meus movimentos com o olhar, arrancaste mais um figo, deste-mo e perguntaste-me com gravidade:
— Se gostaste dos figos, porque não ficas mais tempo para comermos mais?
Sorri, abracei-te e prometi voltar… enquanto houvesse figos.
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