Méssaline não aprecia “literatura de auto-ajuda” por três razões:
- não lhe serve a treta dos exercícios espirituais;
- não acredita em paraísos de onde desertou a angústia;
- os autores são desonestos, porque mais interessados no dinheiro de tolos do que em curar-lhes os males.
E que faz Méssaline quando se sente fodida pela vida?
Procura a cura em fodas genuínas, dadas por uma boa piça que lhe interesse.
Por exemplo, trata o chagrin d’amour com um mote alheio: «Eu quero foder, foder perdidamente». Enche o vazio deixado pela ausência do amor com a esporra de outro(s) amante(s). Não lhe é difícil encontrar voluntário(s) porque nesta frente de combate ainda há homens de muito boa vontade. Se não veja-se a frase ouvida numa sessão de terapia talâmica: «Hei-de enfiar-te a felicidade pela cona até te chegar à cabeça». Ah, ditoso seja quem assim dá o peito — e o pau. Que importa se conhece ou não a neurofisiologia e o poder da oxitocina? Basta que cumpra a sua alta missão com rigorosa competência.
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