quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cura pela foda

coração partido

Méssaline não aprecia “literatura de auto-ajuda” por três razões:

  1. não lhe serve a treta dos exercícios espirituais;
  2. não acredita em paraísos de onde desertou a angústia;
  3. os autores são desonestos, porque mais interessados no dinheiro de tolos do que em curar-lhes os males.

E que faz Méssaline quando se sente fodida pela vida?

Procura a cura em fodas genuínas, dadas por uma boa piça que lhe interesse.

Por exemplo, trata o chagrin d’amour com um mote alheio: «Eu quero foder, foder perdidamente». Enche o vazio deixado pela ausência do amor com a esporra de outro(s) amante(s). Não lhe é difícil encontrar voluntário(s) porque nesta frente de combate ainda há homens de muito boa vontade. Se não veja-se a frase ouvida numa sessão de terapia talâmica: «Hei-de enfiar-te a felicidade pela cona até te chegar à cabeça». Ah, ditoso seja quem assim dá o peito — e o pau. Que importa se conhece ou não a neurofisiologia e o poder da oxitocina? Basta que cumpra a sua alta missão com rigorosa competência.

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